Munícipes da Ilha de Luanda apoiam a postura da polícia local no combate à propagação da COVID-19

Recentemente algumas informações postas a circular nas redes sociais, davam conta de um suposto abuso de poder por parte dos agentes policiais da primeira esquadra da Ilha de Luanda, no restaurante Miami Beach. Em defesa daqueles efectivos, alguns munícipes recorreram também às redes sociais para prestarem o seu apoio aos agentes, reconhecendo assim situação de desacato à autoridade por parte de alguns cidadãos que voluntariamente desobedecem com frequência o novo Decreto Presidencial com medidas de combate à COVID-19.

O acesso às praias para banho de mar está proibido desde Março, quando foi publicado o primeiro decreto presidencial com a determinação. No entanto, independente disto, vários cidadãos ignoraram a medida frequentemente, conforme têm testemunhado os agentes da esquadra local, que nas últimas semanas durante a fiscalização, foram acusados de prenderem “injustamente” alguns cidadãos que frequentavam o restaurante Miami Beach, alegações que foram desmentidas pela gestão do próprio estabelecimento, tendo confirmado que de facto, aqueles munícipes usaram a praia apesar das constantes proibições.

Além da gestão do restaurante, alguns munícipes também manifestaram-se a favor da polícia local, ao tornarem públicas, nas redes sociais, informações que confirmam situação de desacato à autoridade por parte de alguns cidadãos.

“Provavelmente houve alguma denúncia porque é bem verdade que os munícipes e frequentadores dos restaurantes usam as praias. Temos visto uma grande acção de sensibilização dos efectivos da Ilha do Cabo na Zona do Jango Veleiro, Pumangol e Ponto final, no sentido de persuadirem as pessoas a abandonarem a zona balneária porque a lei proibe e manda aplicar multas. Por este motivo, acreditamos que poderá também ter feito no Restaurante que actuou, como já vimos abordagens do gênero em outros restaurantes e similares por desobediência ao decreto.
É importante frizar que à Polícia não cabe só prevenir, pois que a Lei deve ser também aplicada, pelo facto de ter sido concebida para o efeito, é assim em qualquer parte do mundo.” argumentou um munícipe em defesa dos agentes da esquadra da Ilha de Luanda.

Sobre os supostos ataques desumanos por parte dos agentes da Polícia Nacional, que a notícia retratava em redes sociais, populares contrariaram tal informação defendendo e apontando os feitos da conduta dos agentes.

“Quem mora na Ilha, arredores e frequenta a Ilha de Luanda consegue ver maior presença policial tanto de dia como de noite, e reconhece uma Polícia mais próxima do cidadão e que interage mais na busca de informação e soluções pontuais de segurança. Uma Polícia que conversa com o cidadão. É notório a redução significativa das abordagens policiais tanto do trânsito em toda a circunscrição como de ordem pública que não seja para sensibilizar e elucidar aspectos ligados à prevenção da Pandemia da Covid-19”, disse outro que também prefere manter o anonimato.

Relativamente à determinados  acontecimentos criminais, a Ilha é parte do território de Luanda que vive os mesmos problemas de falta de iluminação, saneamento básico e desemprego da população activa, segundo um jovem da ilha tais factores impulsionam a delinquência.

“Estas faltas atraem indivíduos ao cometimento de crimes e nesse sentido os policiais da Ilha têm estado junto da população, na tarefa difícil de obter informação e procuram garantir a segurança das mesmas, lógico, não nos agrada a todos, alguns pensamos ser especiais, regra geral, temos uma esquadra diferente das anteriores onde víamos mais velhos mal amanhados e embriagados, que mal falavam com o cidadão e ganhamos uma Polícia jovem que interage com a Administração local e a comunidade buscando soluções pontuais de segurança mesmo com as dificuldades que deva ter pois são parte do Aparelho do Estado e devem ter os mesmos problemas de falta disto e daquilo”, reforçou o jovem que preferiu anonimato.

Em meio às declarações de quem convive com as inúmeras situações da ilha, os munícipes aplaudem o progresso e interação que os ‘novos’ agentes da Polícia Nacional têm desenvolvido com os populares.

Ravelino de Castro
Desenvolvedor de softwares e CEO do Portal Tudo A Ver